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Glaucoma de ângulo fechado

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Embora incomum, o glaucoma de ângulo fechado é complicado e urgente, que causa turvamento da visão, olho vermelho dolorido, dores de cabeça, náuseas e vômitos.

É considerado como uma emergência oftalmológica, sendo necessário tratá-lo em poucas horas para evitar que haja dano irreversível ao nervo óptico.

Neste artigo vamos explicar mais sobre o que é o glaucoma de ângulo fechado, suas principais causas, como diagnosticar e o tratamento.

A chave para evitar o glaucoma é manter um estilo de vida saudável, comer de forma saudável e acompanhar os medicamentos indicados pelo médico, já que alguns fatores podem agravar o problema.

 

Leia também: Catarata: 7 sintomas e 7 causas que você precisa conhecer.

 

O que é o glaucoma de ângulo fechado?

Trata-se de um grupo de doenças onde ocorre o fechamento reversível (aposicional) ou irreversível (sinequial) do ângulo da câmara anterior resultando na elevação da pressão intraocular (PIO). Esse fechamento pode ocorrer de forma aguda ou crônica.

Na forma aguda, a PIO tem uma rápida elevação devido a um bloqueio relativamente súbito da rede trabecular pela íris, pelo mecanismo de bloqueio pupilar (que empurra a íris para trás, causando o fechamento angular).

Na forma crônica ele pode se desenvolver após o fechamento angular agudo, no qual o fechamento angular sinequial persiste. Também pode se desenvolver com o tempo, uma vez que o ângulo se fecha com o contato prolongado ou repetido entre a íris periférica e a rede trabecular, o que normalmente causa a formação de sinéquias anteriores periféricas (SAP) e danos funcionais ao ângulo.

 

Quais os principais sintomas?

O súbito aumento da pressão intraocular causa aparecimento repentino de um grave turvamento visual, seguido por dor ocular muito intensa, dores de cabeça, náuseas e vômitos.

 

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O glaucoma de ângulo fechado é complicado e urgente, que causa turvamento da visão, olho vermelho dolorido, dores de cabeça, náuseas e vômitos. (Foto: Envato Elements)

 

Outros sintomas podem incluir câmara anterior rasa, córnea embaçada, pupila moderadamente dilatada e hiperemia (alteração na circulação sanguínea) conjuntival e ciliar.

Como é feito o diagnóstico do glaucoma de ângulo fechado?

Existem os testes diagnósticos e os diagnósticos diferenciais:

Testes diagnósticos

Tonometria:

É a mensuração da pressão intraocular. O instrumento mais comumente utilizado é o tonômetro de Goldmann, que mede a força requerida para aplanar uma determinada área da córnea, estimando a pressão. A faixa de pressão intraocular normal é de 10-20 mmHg (milímetro de mercúrio, unidade de medida de pressão).

Lâmpada de Fenda:

Incide uma luz na periferia da câmara anterior com o propósito de estimar a profundidade. Não é tão confiável quanto a gonioscopia.

Gonioscopia:

É o método de diagnóstico padrão que envolve o uso de uma lente especial e da lâmpada de fenda para visualizar o ângulo e diagnosticar ângulo fechado. Essa técnica permite determinar a gravidade e a cronicidade do fechamento angular.

O ângulo da câmara anterior é formado pela junção da periferia da córnea e da íris, entre as quais encontra-se a rede trabecular.

Se for possível visualizar completamente a extensão da rede trabecular, o esporão escleral e os processos da íris, o ângulo está aberto.

Caso consiga ver apenas a linha de Schwalbe (que é uma condensação de colágeno da membrana e marca o limite anterior da malha trabecular) ou uma porção pequena da rede trabecular, o ângulo está estreito.

Se não for possível visualizar a linha de Schwalbe, significa que o ângulo está fechado.

Diagnósticos diferenciais

Outras causas de olhos vermelhos podem parecer glaucoma agudo. Elas são diferenciadas pela ausência de dor severa, dores de cabeça, náuseas e vômitos, além de possível redução da capacidade visual e o aumento da pressão intraocular.

Conjuntivite:

O sinal clínico mais evidente é a hiperemia e costuma ser mais marcante no fórnice, diminuindo em direção ao limbo. Os principais sintomas geralmente são a sensação de um corpo estranho, arranhadura ou ardor, sensação de pressão ao redor dos olhos e fotofobia.

Hemorragia subconjuntival:

Geralmente ocorre espontaneamente em apenas um dos olhos e é causada pela ruptura de pequenos vasos conjuntivais. Pode ser precedida por episódios de tosse ou espirros. Embora tenha evolução súbita e o aspecto vermelho brilhante, o que costuma assustar o paciente, o melhor tratamento é a tranquilização e a aplicação de colírios específicos. Dura de 2 a 3 dias.

 

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Caso o paciente chegue com mais de uma hora após o início dos sintomas, será necessário iniciar imediatamente a aplicação de colírios antiglaucomatosos. (Foto: Envato Elements)

Uveíte:

Indica inflamação do corpo ciliar, da íris ou da coroide. Os principais sintomas incluem dor, fotofobia e visão turva. Ao realizar um exame diagnóstico, geralmente irá apresentar vermelhidão circuncorneal com hiperemia e corrimento conjuntival mínimo.

Ceratite:

É caracterizada pela presença de coloração epitelial, ou defeitos, espessamento estromal ou infiltrados. Os sintomas variam conforme a etiologia do quadro.

 

Hifema traumático:

É o rompimento dos vasos da íris causado por contusões que lesionam o ângulo da câmara anterior. Pode levar a glaucoma agudo se a rede trabecular estiver bloqueada por células e fibrina ou se houver formação de coágulos produzidos pelo bloqueio pupilar.

 

Principais fatores de risco

  • Histórico familiar de glaucoma de ângulo fechado
  • Idade superior a 50 anos
  • Sexo feminino
  • Hipermetropia (dificuldade de enxergar de perto)
  • Uso de medicações: descongestionantes, agentes adrenérgicos e anticolinérgicos, antipsicóticos e antidepressivos
  • Raça asiática

 

Quais as principais complicações do glaucoma de ângulo fechado?

A principal complicação é a perda visual por atrofia difusa das células ganglionares, levando ao adelgaçamento das camadas nuclear interna e das fibras nervosas da retina e perda dos axônios do nervo óptico.

Caso haja demora no diagnóstico e no tratamento, a íris periférica pode aderir a rede trabecular, fazendo sinequia anterior e produzindo oclusão irreversível do ângulo da câmara anterior, exigindo cirurgia.

 

Como tratar o glaucoma de ângulo fechado?

Caso o indivíduo apresente sinais e sintomas que sugiram glaucoma agudo de ângulo fechado, o mesmo deve buscar por atendimento oftalmológico de emergência para receber tratamento, dentro de uma hora do início dos sintomas, preferencialmente.

Caso o paciente chegue com mais de uma hora após o início dos sintomas e a suspeita de glaucoma agudo seja alta, será necessário iniciar imediatamente a aplicação de colírios antiglaucomatosos.

A pressão intraocular deve ser aferida 30 a 60 minutos após o início das medicações.

Na maioria dos casos em que o tratamento for efetivo na redução da pressão intraocular, o edema corneal e a dor ocular diminuirão ou cessarão. Ao que a pressão intraocular esteja sob controle, deve ser feita a iridectomia periférica para formar uma conexão permanente entre as câmaras posterior e anterior, prevenindo assim a reincidência.

A iridectomia é feita de preferência com o laser neodímio (YAG). Deve-se realizar o procedimento cirúrgico caso o tratamento com laser não for bem sucedido.

Se a pressão intraocular persistir elevada, o tratamento definitivo é cirúrgico, o procedimento mais comum é a trabeculectomia (TREC). A TREC permite o escoamento direto do aquoso da câmara anterior para os tecidos subconjuntival ou orbitais.

Apesar de ter baixa incidência, o glaucoma de ângulo fechado é uma emergência oftalmológica e precisa ser diagnosticado e tratado com urgência. É responsabilidade do médico clínico reconhecer a doença e seus diagnósticos diferenciais para que inicie o tratamento precoce até a avaliação de especialistas.

Dr. Pedro Silveira

- Estudou Oftalmologia na instituição de ensino Instituto Barraquer de Barcelona - Espanha - Estudou Medicina na instituição de ensino Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo CRM/SP 31197

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- Estudou Oftalmologia na instituição de ensino Instituto Barraquer de Barcelona - Espanha - Estudou Medicina na instituição de ensino Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo CRM/SP 31197

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